Como nós precisamos de heróis!

A culpa foi do Fantasma, do Mandrake, do Super-homem e quem mais, durante nossa adolescência, fizesse justiça nas bancas de jornais com as próprias mãos.

Se tinha um cara no colégio que jogava mais do que a gente, outro que disputava a morena mais bonita da sala e o Alcendino , que insistia em tirar as notas mais altas, encontrávamos naquelas páginas os atos de heroísmo que não alcançávamos.

Crescemos assim, trocando de objetivos, ideais e jogando nas costas do Flávio, o Minuano, os gols que nos fariam, como torcedores do Fluminense,  mais felizes e campeões cariocas.

Não parou aí. Emerson Fittipaldi, seguíamos pelas Quatro Rodas. O Rei Pelé, pelo Placar, e Michael Jordan num cantinho em que o O Globo reservava para  acompanhar o esporte pelo mundo.

Pouco sabiam que um pódio, um gol e uma cesta de três pontos influenciariam o humor e a autoestima na vida de um distante morador de Três Rios.

Hoje, sou uma velha raposa que, num domingo à tarde, ainda liga a TV à  procura de atos de heroísmo. Fred, o meu de carteirinha, estava entregue à garra  dos baianos na Fonte Nova,  mas foi no Grêmio que fechei com aquele que tornaria minha tarde mais justa.

Ele se chama Diego Souza. Quase rebaixados, os tricolores do sul entraram contra o Corinthians com a garra que faltou aos nossos. Tão importante o confronto, o repórter informou que até os jurados que julgavam a tragédia da Boate Kiss, em Porto Alegre, suspenderam a sessão.

E esse rapaz, que parece interminável, fez um gol fantástico que deu ao Grêmio esperanças de não cair para a segunda divisão.

Obrigado,  Diego Souza, que começou em Xerém, e mesmo com as três cores trocadas nos reservou um ato de coragem, conquistado em meio a uma selva de "loucos"  torcedores da Fiel.

Dia da Boate Kiss

Boa sorte, Grêmio, mesmo com o empate levado no fim, vocês, além de motivaram nossa tarde esportiva, mostraram a garra e a coragem próprias dos heróis que merecem permanecer na elite do nosso futebol.